O Brasil sucumbe à dengue em um ritmo preocupante. No Rio Grande do Sul, em pouco mais de 90 dias, superamos o total de casos confirmados em todo o ano de 2023. Apesar da situação, a crise de saúde pública, que já tirou a vida de quase 50 gaúchos e sobrecarrega nosso sistema público, ainda está em vias de ser controlada.

Sabemos que as causas para a explosão da doença são complexas e multifacetadas. A mudança climática, o calor acima da média, a circulação simultânea no Brasil de todos os sorotipos do vírus da dengue, a urbanização crescente e o aumento da circulação de pessoas são alguns dos fatores mais evidentes.

Nem todos esses aspectos poderiam ser controlados pelo poder público em pouco mais de um ano. Mas ainda é possível adotar medidas para reduzir os danos. Sempre é tempo de iniciar campanhas de conscientização para a população A sociedade precisa estar ciente que, diante da impossibilidade de termos vacinas imediatamente para todos, é necessário que cada um faça a sua parte.

Prefeituras, Estado e União precisam trabalhar lado a lado, intensificando ações de combate ao mosquito, ovos e larvas. Assim como na preparação dos profissionais de saúde no atendimento da doença e dos casos suspeitos para que os pacientes que chegam até às unidades de saúde sejam manejados da maneira correta. Por fim, há que se incentivar uma força tarefa que envolva poder público e privado na busca por recursos para pesquisas que acelerem o desenvolvimento de novas vacinas e medicamentos. A recente pandemia que enfrentamos nos mostrou que é possível.

Embora haja muito a ser feito, é possível diminuir os impactos da crise. O que não podemos é nos abster, esperando o frio chegar e a promessa de que tudo vai passar. Por isso, propus a criação de uma subcomissão sobre o tema. Precisamos ser propositivos, unir ideias e fiscalizar o que realmente está sendo colocado em prática. É preciso agir agora. Adiar ainda mais a responsabilidade coloca vidas em risco.